Instrumentos Tradicionais Portugueses

Site: AE Padre Vítor Melícias
Disciplina: Música 3º Ciclo
Livro: Instrumentos Tradicionais Portugueses
Impresso por: Visitante
Data: domingo, 5 de maio de 2024 às 03:37

Descrição

Instrumentos Tradicionais Portugueses

Acordeão



Acordeão ac Ouvir

O Acordeão é um instrumento musical aerófono, composto por um fole, um diapasão e duas caixas harmónicas de madeira. A palavra "acordeão", é por vezes pronunciada acordeón (como na pronúncia castelhana). O Acordeão é um dos instrumentos favoritos de todos os povos, não só pela beleza do seu som, como pela relativa facilidade de se aprender e tocá-lo bem, e ainda pela comodidade de transporte, devido ao seu pouco peso.

Foi há 2700 anos antes de Cristo, que foi inventado na China um instrumento denominado CHENG.

É uma espécie de órgão portátil tocado pelo sopro da boca.

Tinha a forma de uma ave, o Fénix, que os chineses consideravam o imperador das aves.

O Cheng era dividido em 3 partes :

1º- Recipiente de ar

2º- Canudo de sopro

3º- Tubos de bambu

O recipiente de ar parece com o bojo de um bule de chá. O canudo de sopro tem a forma de um bico de bule ou do pescoço de um cisne. A quantidade dos tubos de bambu variava, porém, a mais usada é a de 17. Interessante é que destes 17 tubos de bambu , 4 não têm a abertura em baixo para entrada do ar, são mudos, são colocados somente por uma questão de estética. Na parte superior do recipiente de ar ou reservatório de ar, existem as perfurações onde são fixados os tubos de bambue em cada tubo é colocado a lingueta ou palheta, para produzir o som .
A evolução deste instrumento viria, mais tarde a dar origem ao Acordeão.


Adufe




Adufe Adu Ouvir

Adufe, instrumento musical português. É um pandeiro bimembranofone quadrangular. No seu interior são colocadas sementes ou pequenas soalhas a fim de enriquecer a sonoridade. Os lados do caixilho medem aproximadamente 45 centímetros. O adufe é segurado pelos polegares de ambas as mãos e pelo indicador da mão direita, deixando deste modo os outros dedos livres para percutir o instrumento.

Foi introduzido pelos árabes na península Ibérica entre os séculos VIII e XII. Hoje, encontra-se essencialmente concentrado no centro-leste de Portugal (distrito de Castelo Branco), onde é executado exclusivamente por mulheres, acompanhando o canto sobretudo por ocasião das festas e romarias.

A sua forma quadrada, ao tornar mais difícil a manutenção da pele esticada, levanta questões sobre o carácter simbólico do instrumento e acentua a sua particularidade face ao "bendir" árabe ou ao "bodrum" seu congénere céltico

O adufe é um dos raros pandeiros quadrangulares de duas membranas. Um quadro em madeira é coberto dos dois lados por peles de carneiro ou cabra e no seu interior são colocados alguns elementos estriduladores. O adufe é tradicionalmente tocado por mulheres nas províncias da Beira Baixa e Trás-os-Montes. Em algumas regiões é conhecido apenas por pandeiro. O seu som convida à meditação ou mesmo à transe. Para o tocar, o adufe é agarrado com ambas as mãos com um dos cantos virado para cima. As mãos tocam numa das peles enquanto sustentam o instrumento.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves

Bandolim




Bandolim bdl Ouvir

O Bandolim é conhecido como um cordofone com origem napolitana, de costas periformes e abauladas tal como as do alaúde e dotado de quatro cordas duplas de metal cuja percussão com palheta ou plectro produz um efeito de tremolo rápido e encadeado que aumenta ilusóriamente a duração das notas criadas. Enquanto instrumento solista, o bandolim é usualmente tocado na técnica de "pontiado", desempenhando a voz de "soprano" num conjunto de instrumentos que inclui a bandoleta (alto), a bandola (tenor), o bandoloncelo (baixo) e, por vezes, a bandolineta (sopranino).

O bandolim europeu contemporâneo foi importado de Itália ao longo dos sécs. XVIII e XIX e posteriormente adoptado pelos diferentes países onde originou diversas naturezas "mistas" resultantes da sua fusão com elementos tradicionais e locais.

Sendo um dos instrumentos de câmara preferidos pela burguesia portuguesa de Novecentos, o bandolim alcançou uma popularidade crescente que o transformou num instrumento característico de outras festividades e agremiações. Encontrando-se actualmente liberto das rígidas convenções técnicas de interpretação do passado, ele é hoje principalmente tocado por jovens em tunas universitárias de cariz urbano ou integrado em ‘rusgas’ populares, participando nas ‘chulatas’ ou outras formações instrumentais mistas características das mais diversas celebrações profanas.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves


Cavaquinho



Cavaquinho cav

O cavaquinho é um instrumento cordofone que soa por dedilhado, menor que a viola, de grande popularidade como acompanhador e mesmo solista nas orquestras do povo. O ponto é dividido em 17 trastos; tem quatro cordas de tripa ou de metal, afinadas normalmente em sol-sol-si-ré, lá-lá-dó#-mi, sol-si-ré-mi, ré-sol-si-ré ou, mais raramente, em ré-sol-si-mi (este mais utilizado por pessoas que já tocam violão e não querem ter que aprender outros acordes). O efeito assemelha-se ao do bandolim ou da bandurrilha.

O cavaquinho, segundo Gonçalo Sampaio, é procedente de Braga, tendo sido criado pelos Biscainhos. O cavaquinho tem uma afinação própria da cidade de Braga que é ré-lá-si-mi.

Além de Portugal, é usado em Cabo Verde, Moçambique e Brasil.

O cavaquinho é um cordofone popular de pequenas dimensões, do tipo da viola de tampos chatos e da família das guitarras europeias. Possuindo uma caixa de duplo bojo e pequeno enfranque, as suas quatro cordas de tripa ou metálicas (em aço) são tradicionalmente presas a cravelhas de madeira dorsais e ao cavalete colado a meio do bojo inferior do tampo, por um sistema que também se usa na viola. Além deste nome encontramos ainda, para o mesmo instrumento ou outros com ele relacionados, as designações de machimbo, machim, machete, manchete ou marchete, braguinha ou braguinho, cavaco.

Dentro da categoria geral com aquelas características, existem actualmente em Portugal continental dois tipos de cavaquinhos, que correspondem a outras tantas áreas: o tipo minhoto e o tipo de Lisboa.

Gaita de Beiços

Gaita de Beiços gtbei Ouvir


A gaita de beiços, harmónica, ou harmónica de boca (também conhecida como realejo é um instrumento musical de sopro cujos sons são produzidos por um conjunto de palhetas livres em vibração.

A gaita possui na sua embocadura um conjunto de furos por onde o instrumentista sopra ou suga o ar. Devido ao seu pequeno tamanho, a gaita não possui caixa de ressonância. O tocador usa as mãos em concha para amplificar o som do instrumento e também para produzir efeitos, como variações de afinação e intensidade ou vibrato. Quando executada em conjunto com outros instrumentos, é comum que ela seja amplificada eletronicamente. A gaita é bastante usada no blues, rock and roll, jazz e música clássica. Também são muito comuns os conjuntos compostos apenas de gaitas, as chamadas Orquestras de Harmónicas, que normalmente tocam músicas tradicionais ou folclóricas.

A harmónica, também conhecida por flaita, gaita de beiços, gaita das vozes, realejo e piano da cavalariça. era o instrumento mais frequentemente usado para acompanhar os bailadores de fandango ribatejano

O realejo é um instrumento de sopro portátil, cabendo tipicamente num bolso.

A harmónica/gaita de beiços foi inventada na Alemanha.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves

Gaita de Foles




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Ouvir

A gaita-de-fole (também gaita de foles, cornamusa, museta, musette ou simplesmente gaita) é um instrumento da família dos aerofones, composto de pelo menos um tubo melódico (chamado ponteiro ou cantadeira, pelo qual se digita a música) e dum insuflador mediado por uma válvula (chamado soprete ou assoprador), ambos ligados a um reservatório de ar (chamado fole ou bolsa); na maioria dos casos, há pelo menos mais um tubo melódico, pelo qual se emite uma nota pedal constante em harmonia com o tubo melódico (chamado bordão ou ronco). É um instrumento modal, na maioria das vezes jônio (modo de dó), apesar de haver modelos em modos mixolídio (modo de si) e eólio (modo de lá), para além de possíveis outros.

A cantadeira possui a peculiar configuração de ser construída baseada numa nota (chamada tonal, geralmente soada com todos os furos fechados), e afinada noutra (chamada sensível, geralmente a primeira nota aberta), a qual rege a afinação da nota pedal soada pelo bordão (geralmente uma oitava abaixo da nota sensível da cantadeira). As possíveis afinações variam de gaita para gaita, geralmente em dó, ré, sol, lá, si ou si bemol.
Outra peculiaridade das gaitas-de-fole é por integrarem o restrito grupo de instrumentos de ar os quais tocam continuamente, de forma mecânica, sem necessidade de pausa para o músico respirar.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves


Guitarra Portuguesa



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A Guitarra Portuguesa é de origem remota, tendo por base a cítara renascentista e o alaúde árabe. Alguns pretendem que tenha origem na chamada guitarra inglesa, que contudo, pura e simplesmente nunca existiu. De facto o termo refere-se a um padrão de qualidade. Durante algum tempo os melhores instrumentos do tipo eram os fabricados em Inglaterra. Na realidade a Inglaterra não tem, de outra forma, grande tradição no desenvolvimento deste tipo de instrumentos.

A Guitarra Portuguesa pertence à família de cordofones conhecida por cistres. Tem seis cordas duplas de aço esticadas sobre um cavalete móvel de osso. Embora normalmente associada com o Fado, existem compositores e executantes que vêem a guitarra portuguesa como um verdadeiro instrumento solista.

Há dois tipos fundamentais de guitarra portuguesa: um de Lisboa, o outro de Coimbra. As suas diferenças incluem o tamanho do corpo e escala, e também a tonalidade. A afinação mais comum da guitarra de Lisboa, também conhecida por banza, é do grave para o agudo - dD, aA, bB, ee, bb, aa, sendo os pares mais graves afinados em oitavas. O instrumento de Coimbra usa a mesma afinação mas um tom abaixo.

Gonçalo Paredes e Flávio Rodrigues, entre outros, foram os compositores mais respeitados dentro do estilo tradicional. Posteriormente Artur Paredes surgiu com a sua interpretação pessoal do instrumento beneficiando a sua acústica de diversas formas. Trabalhando com a família de construtores Grácio, de Coimbra, Paredes trouxe o instrumento para a era moderna, onde ele se mantém hoje, como perfeitamente actual.
Carlos Paredes, filho de Artur Paredes, criou novas melodias e tornou a Guitarra Portuguesa num instrumento de concerto.

Flauta Travessa



Flauta Travessa Ouvir

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Flauta de Cana Flauta de Sabugueiro

Existem dois tipos de flautas: flauta de bisel de corpo cilíndrico ou ligeiramente cónico e com três furos; a flauta travessa geralmente feita de cana na faixa ocidental do país no Minho, Estremadura e Algarve, e de sabugueiro no interior, nomeadamente na Beira Baixa. Tem seis furos além do insuflador

Em certas regiões serranas aparece com frequência, em mãos de pastores, a flauta travessa.
Como as flautas de bisel, as flautas travessas são na sua maioria lisas: mas encontram-se também, não raro, exemplares decorados, por vezes profusamente.
Flauta travessa é feita de cana brava com um furo de embocadura e seis perfurações digitais (feitas com fogo). A parte fechada coincide com um nó da cana.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves


Ocarina



Ocarina oc Ouvir

A Ocarina é um aerofone.

A ocarina é um instrumento de sopro globular feito de porcelana, terracota ou pedra, semelhante a uma flauta. É um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo. Possui normalmente a forma oval tendo de quatro a treze buracos para os dedos, porém há algumas variações nesse desenho. Um tubo projecta-se de seu corpo servindo de bocal. Normalmente é feito de material cerâmico mas também podem ser usados outros materiais como plástico, madeira, vidro ou metal.

A Ocarina é de uma família muito antiga de instrumentos, acredita-se ser de há uns 12 000 anos atrás. Os instrumentos do tipo da ocarina foram de importância particular nas culturas chinesa e centro-americana (onde são frequentemente feitos na forma de animais, geralmente pássaros, tartarugas, de entre outros animais sagrados para aqueles povos).

A palavra, italiana, significa literalmente "pequeno ganso". Trata-se de um instrumento de cerâmica da família das flautas globulares, geralmente ovais, com orifícios e embocadura.

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Reco - Reco



Reco - Reco Ouvir

Rec
rec



Reco-Reco ou Reque-Reque, instrumento popular minhoto de uma grande simplicidade, consiste num pau (ou cana) denteado, com cerca de 70 cm de comprimento, sobre o que se fricciona, no ritmo desejado, outro pau, ou cana rachada. Por vezes, representam figuras humanas ou de animais, geralmente burlescas, e são caprichosamente pintados, segundo a fantasia do seu construtor

Não estão muito difundidos, aparecendo apenas em rusgas, grupos festivos e nos cantares das "Janeiras".É um instrumento apenas rítmico. Reque-Reque é um instrumento característico da região do Minho.

Reco-reco é um termo genérico dos instrumentos idiófonos que produzem som por atrito. A forma mais comum é constituída de um gomo de bambu ou uma pequena ripa de madeira com talhos transversais. A fricção de um pauzinho sobre os talhos produz um som de raspagem. Também chamado de raspador, caracaxá ou querequexé. Outra modalidade é o amelê baiano, constituído de uma pequena caixa de madeira com uma mola de aço estendida; a mola é friccionada por tampinhas de garrafa enfiadas em uma vareta de ferro.

Idiofone tradicional com formas muito variadas, pertence à família dos idiofones de raspagem. Uma vara de madeira mais fina raspa a parte que tem saliências, produzindo-se um timbre característico. Há reco-recos de plástico, madeira, de metal e mistos.

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Sarronca



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É um membranofone de fricção composto de um reservatório, geralmente uma bilha, que serve de caixa de ressonância, cuja boca é tapada com uma pele esticada que vibra quando se fricciona um pequeno pau ou cana preso por uma das pontas no seu centro

Membranofone tradicional e rudimentar, é constituído por um cântaro de barro que funciona como caixa de ressonância, uma pele que tapa a boca do vaso e um pau fino que trespassa a pele e, ao friccioná-la produz um som grave.

Na região de Elvas ainda encontramos a "Sarronca" ou "Zabomba", instrumento de som, utilizado para as músicas da época natalícia. Nesta região, as olarias fabricam para essas festividades, vasilhas especiais de diferentes tamanhos. Este instrumento é usado também nas localidades de Campo Maior e Barrancos.

A SARRONCA é conhecida por muitos nomes dependendo da zona onde é fabricada. RONCADEIRA, ZAMBURRA, ZURRA-BURROS ou simplesmente RONCA nome porque é conhecida na zona de Elvas. É um instrumento tocado para o acompanhamento de canções de Natal ou das Janeiras.

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Tréculas



Tréculas TRC


As TRÉCULAS (tradicionalmente feitas de madeiras rijas) aparecem como instrumento de percussão em ambientes festivos e romarias. Dão um colorido muito bonito à música, de parceria com outros instrumentos, como o BOMBO ou os CHINCALHOS. As TRÉCULAS tomam outros nomes, dependendo da região onde são construídas. Em Barcelos, chamam-lhe TABUINHAS. Com os dedos polegares enfiados nos lacetes, abre e fecha as palmas da mão, para que as extremidades batam ao ritmo da música.

Tréculas: Idiofone composto por dez ou mais tábuas rectangulares de madeira, enfiadas e ligadas por um cordel, com duas pegas nas extremidades. Quando se manipula o instrumento com ambas as mãos, as pequenas tábuas batem umas nas outras produzindo o seu som característico. As tréculas são usadas no Minho nas festividades devocionais da Semana Santa (semana anterior ao dia de Páscoa).

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Som executado e gravado por Pinto Gonçalves

Viola Braguesa



Viola Braguesa Brag

A Viola Braguesa é um cordofone popular, da família da Guitarra clássica, proveniente de Braga, estando documentada desde o séc. XVII. A Braguesa é muito utilizada no noroeste de Portugal, principalmente em ambientes festivos populares como rusgas, chulas, ranchos e desafios. O Museu dos Cordofones possui um grande espolio e documentação sobre a Viola Braguesa.

A Braguesa possui dois tamanhos, o grande e o pequeno. O pequeno, utilizado principalmente a solo, possui 77cm de comprimento, 25cm de largura e 42cm da pestana ao cavalete. O tamanho grande, utilizado em conjunto com outros instrumentos musicais, tem um metro de comprimento, 37.5cm de largura e 65cm da pestana ao cavalete.

A abertura no corpo é circular, por vezes também em forma de boca de Raia. Possui cinco cordas duplas, tradicionalmente em aço fino, e dez cravelhas na pestana. A Braguesa é construída em madeira, pinho de Flandres à frente e nogueira nas costas e ilhargas, as faces estão dividida em duas pranchas, que estão unidas simetricamente pelos veios. Tradicionalmente a madeira do braço é em plátano, sendo também utilizada a tília ou o amieiro. O pau-preto é utilizado na escala. São ainda pintados ordenamentos a preto em torno do cavalete.

A afinação típica da Braguesa é a chamada moda velha, pois é tradicionalmente acompanhada pela braguinha. No entanto, a Braguesa pode ser afinada de várias maneiras, para um melhor enquadramento com os restantes instrumentos.

Instrumentos da colecção pessoal de Pinto Gonçalves

Som executado e gravado por Pinto Gonçalves